
Grande Professor Doutor Machista, atende todos os casos. Verdadeiro místico com curriculum internacional. Desfaz feminismo, romantismo, tensão pré-menstrual, apatia para a lida da casa, esperanças de encontrar um príncipe encantado, tendência para queimar o jantar e várias outras maleitas.
Pagamentos apenas depois dos resultados obtidos.
Escritório próximo ao Lidl da Brandoa.
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José Gonçalves, 55 anos, instrutor de karate, de Lisboa, pergunta:
"Doutor Machista, a minha mulher pediu-me permissão para abrir uma conta no facebook. Devo aceitar ou recusar o pedido? Obrigado."
Caro José, antes de mais, a situação que me descreve é vergonhosa e indigna. Em pleno século XXI, não é aceitável que uma mulher peça autorização ao marido para abrir uma conta numa rede social. Essa questão nem se deveria colocar: é claro que não pode abrir uma conta no facebook. Só o facto dela ter a coragem, o atrevimento melhor dizendo, para lhe pedir uma coisa dessas, indica-me que o José não está a fazer uma boa gestão da autoridade dentro do seu lar. Se for o caso, esta citação tira-lhe qualquer hipótese de dúvida:
«A informática é um exclusivo dos homens. As mulheres devem ser afastadas dos computadores e o único trabalho que podem fazer num escritório é limpá-lo. As mulheres apenas conseguem usar a internet para falar mal da vida dos outros com as amigas, partilhar parvoíces sentimentalóides no facebook, slogans feministas e futilidades semelhantes. Quantas mais usam computadores, mais infelicidade, sujidade e tempo perdido temos. É uma grande irresponsabilidade e um perigo para a humanidade conceder às mulheres o direito à internet. »
Retirado do meu livro " As Grandes Questões do Machismo", publicado em 2007.
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Figura 1. Atitude errada: aceitar como regra o uso do computador e elogiar a limpeza da casa enquanto excepção a essa prática.
Figura 2. Atitude correcta: ao primeiro acto desviante-informático, repor a ordem natural das coisas.
* Imagens virilmente enviadas para o blogue por Albano Pastor, presidente e sócio-fundador da Associação Machista Lusitana. Ao qual agradecemos a longa amizade, de décadas, e o respeito másculo.