terça-feira, 7 de agosto de 2012

O Machista Responde (1)

Grande Professor Doutor Machista, atende todos os casos. Verdadeiro místico com curriculum internacional. Desfaz feminismo, romantismo, tensão pré-menstrual, apatia para a lida da casa, esperanças de encontrar um príncipe encantado, tendência para queimar o jantar e várias outras maleitas.

Pagamentos apenas depois dos resultados serem obtidos.

Escritório próximo ao Lidl da Brandoa.


A resposta cientificamente machista, às dúvidas das nossas leitoras.

Maria Henriqueta, 46 anos, empresária em nome individual, de Fernão Ferro. Pergunta:

« O meu casamento perdeu a chama e a emoção. Eu tento comunicar com o meu marido, discutir a relação e expressar-lhe as minhas emoções, mas parece que existe uma barreira. Por favor, Doutor Machista, ajude-me. Já não sei o que fazer. O senhor é a minha última esperança. Como devo proceder ? »

O Doutor Machista responde:

Olá Maria Henriqueta. Obrigado pela sua questão. Todos nos sentimos perdidos de vez em quando, não se sinta mal por isso. Eu vou tentar ajudá-la a entrar em comunhão com o seu "eu" interior. Aí vai, segure-se bem:

Aconselho-a vivamente a calar a boca, abandonar o empresariado em nome próprio e regressar à cozinha, afinal de contas, o seu habitat natural. Quanto mais tempo passar na cozinha, com a bocarra fechada, maiores serão as probabilidades do seu casamento voltar a ter "chama" e emoção. "Chama", porque, se não sabe ( o que é grave, muito grave Maria) o fogão está na cozinha. Emoção, porque o seu marido vai adorar essa ( para ele já há muita esquecida) sensação chamada "momentos de paz, tranquilidade e silêncio", e tornar-se-á um homem novo, cheio de energia e boa-disposição. Se fechar a matraca e desenvolver os dons domésticos que a natureza lhe deu, vai ver resultados mágicos na relação com o seu companheiro. Boa sorte e tudo de bom para si.

Joana Santos, 21 anos, estudante de psicologia, de Évora. Pergunta:

« Doutor Machista, os meus pais impedem-me de sair à noite com os meus amigos. Dizem que a "vida da noite" não é para a filha deles. Sinto que estou a desperdiçar a minha juventude e às vezes tenho ódio pelos meus pais. Será um sentimento normal, ou os meus pais é que estão certos? Eu já tenho 21 anos, não acho justo que mandem na minha vida. Obrigado. PS- Gosto muito de o ver trabalhar. »

O Doutor Machista responde:

Joana, antes de mais gostava de lhe dizer que vida é uma estrada feita com os nossos próprios passos, à medida que avançamos. Devemos lutar pelos nossos sonhos e fazer valer sempre os nossos sentimentos e vontades mais genuínas. Feita esta patética introdução que copiei de uma revista feminina ( é uma piada que eu costumo fazer, só para quebrar o gelo), vamos lá falar a sério:

Os seus pais impedem-na de sair à noite? Abençoados pais. Joana, você tem os melhores pais do mundo. A vida da noite não é para a filha deles ? Certíssimo. Aliás, a vida da noite não é para a filha de ninguém. Pense com lógica ( eu sei que é difícil para uma mulher, mas tente):

Facto científico: a vida da noite foi inventada para e por prostitutas, chulos, ladrões, assassinos, alcoólicos, toxicodependentes, etc, etc.

Os seus pais estão certos e a Joana está errada. Uma mulher de 21 anos equivale, mentalmente, a um jovem rapaz de 9 anos. Como o homem é o padrão da maturidade e da normalidade humana, isso significa que a Joana é, na prática, uma menor.

Como Joana não tem discernimento mental para tomar decisões tão parvas como a adesão à vida nocturna; deve respeitar a vontade dos seus pais. E ser grata pela sorte que tem por ter uns pais tão conscientes e preocupados com a sua felicidade.

Quanto aos sentimentos de "ódio" que às vezes diz ter pelos seus progenitores, isso soa-me a birra e mimos. Sugiro a terapia da vassoura e do lava-louça. E abandone esse grupo de amigos que a convidam para sair à noite.O mais certo é serem todos uma cambada de drogados cheios de segundas intenções.

Espero ter ajudado. Boa sorte.

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