terça-feira, 13 de novembro de 2012

As cantadas

Agora criaram uma página para se lamentarem das cantadas.

https://www.facebook.com/CantadaDeRua
71 - "Uma vez, em uma manhã, eu estava indo para o consultório da minha psicóloga, a pé, e no caminho passou um senhor mais velho (de uns 50/60 anos) do meu lado, que ao chegar bem perto, esbarrou em mim e disse "Que delícia". Eu tinha outras coisas pra conversar com a minha psicóloga naquele dia, mas o assunto só ficou nisso. Eu não parava de tremer, até minha voz tremia, só conseguia sentir nojo e pavor."
69 - "Quando eu tinha uns 15 anos estava no ônibus voltando da escola, junto com uma amiga. Estávamos em pé, na parte da frente do ônibus e tinha um homem sentado perto de nós que estava falando um monte de besteiras pra mim, um monte de coisas nojentas. Eu estava apenas ignorando, tentando não ouvir, até porque eu iria descer do ônibus logo. Daí quando eu desci, o homem ficou olhando pra mim pela janela, e como eu já estava longe dele, sem o risco de ele fazer qualquer coisa comigo, eu resolvi "reagir" e mostrei o dedo do meio pra ele. Então, ele me disse: Aí eu pego à força e depois reclama." [Kika]

66 - Eu tinha 16 anos e fui com a minha mãe ao supermercado. Lá, um dos funcionários (acho que um dos repositores), começou a mexer comigo, dizendo "oi, morena" e coisas assim. Na terceira vez, fui para perto da minha mãe e contei o
que estava acontecendo. Ela chamou o segurança e eles foram conversar com o rapaz, mas sem escândalo. Depois disso, ele chegou perto de nós duas para pedir desculpas, e minha mãe disse que "tudo bem", e que eu "ainda não tinha aprendido direto a ter educação" para ser "elogiada". Eu fiquei chocada com isso. O pior nem foi sofrer o assédio, foi minha mãe dizer que eu não tinha "educação" para aceitá-lo!
Eu me arrependo de não ter feito nada, mas naquela época eu tinha medo de responder. Se fosse hoje, eu teria feito escândalo no supermercado! O infeliz foi demitido depois disso, bem feito." - Bárbara


 
65 - "lembro de uma vez que eu e minha irmã e uma amiga estávamos sentadas na rua do lado de fora do prédio dessa amiga minha conversando.
nisso passou um motoqueiro e falou alguma coisa muito baixo na hora nem entendi e fiquei perguntando "o que?" achando que ele estava pedindo alguma informação mas ele estava perguntando se nós queríamos ir na casa dele que ele pegava o carro dele.
Ae minha amiga conseguiu entender e mandou ele se fuder e nós entramos no prédio correndo assustadas e ele saiu correndo com a moto."
B.
 
64. Mas o pior episódio certamente aconteceu em 2010. Eu desci no ponto de ônibus a um quarteirão da minha rua por volta de 22h e caminhava tranquila, quando um carro saiu da esquina anterior e se aproximou da calçada. Havia um homem com um rapazinho de uns 13/14 anos, e este último tentava chamar minha atenção. Por alguns segundos, todos os meus instintos de sobrevivência falharam e acreditei que se tratava de alguém pedindo informações. Parei de andar e o garoto desceu, encorajado pelo pai que dizia "vá lá..." O alarme soou em meu coração e falei alto, determinada: "pare onde está. Não dê mais um passo." Ele se acovardou, acho que somente pela pouca idade, eu dei as costas e saí andando rapido. Só vi o carro arrancando velozmente, meu peito doendo de tanto medo, tanto terror, que me desabou em lágrimas segundos depois desse enfrentamento tão necessário. Acho que minha coragem não calculada - ou meu desespero, não sei - me salvou de um estupro.
61 - "Eu tinha 13 anos e estava voltando do colégio, meu uniforme não era chamativo: apenas uma camisa e uma calça com o nome da escola. Um homem em uma moto diminuiu a velocidade e tive a impressão de que ele estava me cercando. Fiquei com medo, pensei que talvez fosse ser assaltada. Ele diminuiu ainda mais e pediu informação para chegar a um lugar, eu disse que não sabia. Então ele me olhou e perguntou quantos anos eu tinha. Respondi '13', meio desconfiada. Então ele me olhou dos pés à cabeça e disse: "Treze? E já com esse peitão?", com aquele tom de voz nojento que faz a gente sentir que é um pedaço de carne. Fiquei com raiva e disse; 'ah, vai se fuder!'. Ele acelerou a moto e gritou "vamos juntos, então" e, para meu alívio, foi embora."

[Heloisa]

Rô Fernandes Absalão
59 - E com 38 anos de idade, um psicopata e crente fanático, me persegue, me assedia no trabalho e fica com raivinha por não ter dado a mínima pra ele. Tão inteligente que me disse que sou lésbica por não ter experimentado o "pau dele" e depois disso me ameaçou. Fora outras histórias que passei que não me lembro. À medida que for lembrando, posto aqui.


Rô Fernandes Absalão
58 - E já nos meus 20 anos, se aproxima de mim um homem bêbado querendo me tocar, dizendo que eu era bonita e blá blá blá. Eu falei, em mim você não encosta 1 dedo! (isso foi durante o dia, eu estava indo para a faculdade e havia muita gente olhando). De bonita, passei a feia, prostituta, piranha e esses adjetivos "carinhosos". Me envergonhei por ele e por ter sido tratada assim.


 Rô Fernandes Absalão
57 - Quando eu tinha uns 16 anos confesso que senti nojo, mas sempre me foi ensinado a não falar nada. Passando perto de uma oficina, um camarada me disse: "nossa, que mulatinha gostosa..." Me senti muito mal, pois além dele falar em etnia, me enxergou com objeto sexual, assim como é a visão que a maioria dos brasileiros enxergam a mulher mestiça ou negra: objeto sexual. Não serve para reprodução, nem para casar.


 56 - "Foi ano retrasado, na época eu tinha uns 12 anos e minha prima 13. Estava andando com ela por aí e um velho com uma bicicleta parou do nosso lado e falou: ''Humm, já estão namorando né? Quero participar também''. Não falamos nada no momento, acho que estávamos chocadas demais com a atitude do sujeito, era um velho e nós nem tínhamos 14 anos ainda, depois de um tempo que bateu o sentimento de revolta. Quem aquele estúpido pensava que era? Velho nojento. Ainda fico com raiva quando lembro disso, queria poder voltar no tempo e mostrar o dedo do meio para aquele idiota."


 Eu sou branca. Eu sou magra. Eu 'tenho corpo' e cabelo claro. Juntando tudo isso, forma aquela maldita "beleza óbvia" que a sociedade insiste em propagar como ideal - mas isso é conversa pra outra hora.
Não, eu não sou egocêntrica. Acontece que é

necessário contar isso para dizer que, de certa forma, me sinto punida. Tomei trauma de andar sozinha (principalmente) no centro da cidade, inclusive eu evito isso de todas as formas possíveis, pois é impossível não ser vítima de assédios. E O PIOR É: SE ACHO RUIM, os homens me julgam nojenta e metida e me xingam. Pois eles acham que pelo fato de "ser bonita", eu me julgo superior. NÃO!!!!

Impossível contar quantas vezes um "gostosa" virou um "vai tomar no cu, desgraçada" e quantas vezes fui abordada por moradores de rua sem nenhuma pretensão de assalto, apenas me assustando como forma de diversão pessoal...

[Fernanda]
 
 


 




4 comentários:

  1. Ahahahah

    Quer saber?

    A cantada é o termômetro do visual da mulher. Se saímos na rua e nenhum homem diz absolutamente nada, volta para casa e se olha no espelho para um reflexão mais profunda. Se algum disser algo, segue em frente que está tudo certo! hahahaha


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  2. Respostas
    1. Lol

      O que eu falei foi uma brincadeira para apimentar o post. Mas bem da verdade quem vai se incomodar com cantadas? Impossível conter isso... teria que tirar muitos homens e também mulheres das ruas! Eu não ligo sinceramente... Duvido que elas não gostem de ouvir um elogio na rua, isso faz bem para o ego de qualquer pessoa. Se ganhamos um sorriso, olhar ou um assobio faz sim mudar o nosso o dia...

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    2. Vc sabe que mulheres têm medo de estupro? Vc sabe quantos estupros acontecem cada dia? Vc sabe que estupros não acontecem somente em um beco escuro e à noite? Vc sabe que a maioria dos estupros acontecem por pessoas próximas ou da própria família? As mulheres crescem com medo.. ouvir um elogio é uma coisa, agora cantadas agressivas são outros 500! Muito melhor ganhar um sorriso, um olhar, uma piscada de olhos.. fazem muito mais efeito do que cantadas grosseiras, pode ter certeza!

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